28.11.12

A MAIOR INTERVENÇÃO URBANA DO DF




7.11.12

15 Anus de performance com Zmario


Clipes ou tábua de passar? Corpo exposto, posto, todos pensam, pasmos. A identidade não mais procura abrigo, briga. Jogo franco, tapa na cara, beijo de língua.
A preparação não é só física, vem de um olhar que atravessa o i-mundo. Zmário não brinca. A performance não é brincadeira, traz o outro, o mesmo e você, todos despidos de carne diante de si, pelo corpo de Zmário.
Aqui, a dissertação de Mestrado é tese de Doutorado, a performance é porrada, o carro se cala, o transeunte goza na boca da praça.
Quando Zmário entra em ação, paro e sinto o suor dos outros escorrem, no meu corpo, como água nas infinitas cachoeiras de pensamentos que dimensionam o inaudito, o inclassificável, o, talvez, crível. A boiada grasna, os helicópteros festejam como formigas atrás dos doces do ebó.
O corpo de Zmário está escrito nas páginas do trote, do deboche, da bunda. Ele se deposita como desejo no vácuo do cu, na paisagem dos cumes. Ele rasga a solidão das colheres sujas que esperam a cura.
Haverá suscitação e ebulição de osso, de pele, de pelo, de cabelo. Pedaços que Zmário vai nos presenteando, pouco a pouco, de forma intensa, imensa. Marcas requintadas de efemeridade impostas como cicatrizes para sempre abertas.
Pensar é privilégio de poucos. Zmário arrisca mais longe: trisca com seu suor, risca com o torso, trai (a-ante-até-após-com-contra-de-desde-em-entre-para-pre-perante-por) o barroco-esquizo-rizomático baiano, propõe às hordas o sem bordas com bordados inacabados.
Silêncio: no entusiasmo, Zmário invoca.








fotos Arthur Scovino